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A Visão Cósmica
O plano cósmico e a Educação Cósmica de Maria Montessori
13/08/2021 - OMB - Por Camilo Grazzini com tradução de Sonia Maria A. Braga
A Visão cósmica: O plano cósmico, e a Educação Cósmica De Maria Montessori
Camillo Grazzini, 2001
1970 – A Unesco celebrou o centenário de nascimento de Maria Montessori
Desde 1935, o tema “ Visão, plano e educação cósmicos”, no pensamento Montessoriano,
começava a se definir. Essas três expressões que compartilham o qualificativo “CÓSMICO”
representam diferentes aspectos de um único conceito.
O 1º aspecto, o de “visão”, representa a maneira de ver, o conceito, a idéia pessoal de
MARIA MONTESSORI de mundo ( com tudo que ele compreende, logicamente também, o
ser humano).
O 2º aspecto, é o do “plano cósmico”. Se olharmos o mundo com uma visão dilatada, com
uma visão cósmica, encontramos uma ordem na natureza, a nível da criação. Para que tal
ordem cósmica exista, tanto quanto para a preservação e a continuação da criação em
geral, encontramos muitos agentes ativos e entre eles, os seres humanos. Praticamente
todos esses agentes de criação, ditos agentes cósmicos, agem e trabalham
inconscientemente; só a humanidade tem o potencial de agir conscientemente. O 3ªaspecto, o da "educação cósmica“, pode ser considerado como aspecto operacional do
plano: é a consciência dos diferentes tipos de trabalho cósmico realizados pelos diversos
agentes, com as interdependências e inter-relações relativas. Desta forma, desenvolvendo
nossa própria visão cósmica, tornando-nos nós mesmos partícipes ativos e conscientes,
contribuímos mais plenamente no plano cósmico, quer dizer, na organização cósmica
do trabalho .
Incisivamente, precisemos que, contrariamente ao que muita gente crê, a noção “cósmico”
não é carregada de mensagens contestadora ou de liberdade de esquemas que limitam a
expressão; ela não divulga a adoção da transgressão como modelo de comportamento. Ao
contrário, a palavra “cósmico “, implica ordem no mundo, no universo, mas principalmente,
é a definição de uma lei que se opõe à desordem criada pelo caos. A Sinergia - ordem –
unidade –beleza - dá sentido profundo ao termo escolhido por MONTESSORI.
A VISÃO CÓSMICA A visão do mundo de MONTESSORI tem uma dimensão cósmica porque ela inclui tudo:
MONTESSORI olha o mundo, vê o mundo numa escala enorme, quer dizer, a nível do
universo com todas as sua inter-relações. Há o mundo orgânico, ligado ecologicamente à
biosfera de numerosas maneiras, que por sua vez, está ligado aos seres humanos ou à
psicosfera . A visão de MONTESSORI também é cósmica porque ela olha a humanidade em sua
totalidade através do tempo: ela vê os seres humanos guiados por uma finalidade desde a
época de sua aparição; ela vê a humanidade ao mesmo tempo adulta e criança ; ela vê o
indivíduo ao mesmo tempo em sua unidade e nas suas diferenças de desenvolvimento
durante as diversas etapas ou “estações da vida”.
É essa visão de uma unidade indivisível feita de energia de céu, de rochas, de água, de
vida, de seres humanos adultos e de seres humanos infantis, que dá um sentido cósmico
ao pensamento de MONTESSORI. O sentido cósmico anima o conjunto do trabalho de MONTESSORI, tanto quanto seu
pensamento e sua visão educativa em todos os planos ou etapas de desenvolvimento do
ser humano: do nascimento sem violência à comunidade dos recém-nascidos à casa das
crianças, à escola elementar (ensino fundamental)à comunidade “Erkinder” para os
adolescente . Fica claro, então que a visão cósmica pertence de direito ao conjunto do movimento
MONTESSORI: é certamente uma chave que nos dá a todos uma direção compartilhada e
um projeto comum no nosso trabalho. Ao contrário, há uma educação cósmica que só é
válida para o 2º plano da educação, destinada às crianças de 6 (seis) a 12 (doze) anos.
Certamente, a educação cósmica responde às característica e às necessidades de
desenvolvimento específicos do ser humano enquanto no 2º plano do desenvolvimento: por
exemplo:utilizar sua imaginação para compreender a realidade, as realidades além da Percepção dos sentidos físicos, lutar pela independência mental e moral, explorar a
extensão da cultura; formar uma sociedade particular, etc...
O GRANDE PLANO CÓSMICO Em seu livro: O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE SEU FILHO, MONTESSORI fala do plano
cósmico nesses termos:
“Há um plano no qual todo o Universo está submetido. Todas as coisas, animadas e
inanimada, estão subordinadas a esse plano. Há também modelos para todas espécies de
coisas vivas e não vivas. Esses modelos são consoantes a um plano universal. Tudo na
natureza, de acordo com suas próprias leis de desenvolvimento, se aproxima do modelo de
perfeição que lhe é aplicável. Há uma pulsação em cada indivíduo de cada espécie para se
adequar ao modelo apropriado. É igualmente inevitável que todos os modelos entrem no
grande plano. Do grão à árvore madura, do ovo à galinha adulta, do embrião ao homem
maduro, a luta para encarnar um modelo é perceptível. Compreender e apreciar como
todas as criaturas e todas as coisas evoluem, numa variedade infinita de modelos, com
uma impulsão magnífica para se submeter ao plano central do Universo; requer uma visão
mais dilatada. É certo que a tendência de proteger a futura geração e de conservar a espécie está entre
os mais fortes impulsos na natureza. Mas há um objetivo mais elevado que a proteção das
gerações futuras ou preservação da espécie. Esse objetivo está além do fato de crescer
segundo um modelo e de viver de acordo com os instintos. Esse objetivo mais elevado é de
se adaptar a um plano superior através do qual as coisas estão em movimento. Pode-se entender mais claramente esse “ objetivo elevado” se considerarmos o mundo
como uma grande casa, uma casa cósmica, na qual todos trabalhos necessário para
mantê-la são divididos e compartilhados. Entendido desta forma, expresso dessa maneira,
o plano cósmico consiste de fato numa estrutura integra ou organização cósmica, na qual
todos os seres têm tarefas a conduzir, seus planos cômicos a concluir. Se examinarmos os trabalhadores cósmicos numa grande escala veremos agentes
inorgânicos como o sol ( principal fonte de energia), a Terra ( também as rochas, e a
terra, o solo), a Água e o ar, todos agem e trabalham de acordo com suas leis cósmicas ou
suas natureza inerentes ( de acordo com o pensamento de Empédocles, ela constitui as
raízes e as fontes de tudo e de cada coisa). A seguir há os grandes agentes orgânicos
cósmicos, as plantas e os animais, que graças à sensibilidade deles e seus instintos, agem
também trabalham de acordo com suas leis cósmicas ou suas naturezas. Finalmente, há o
ser humano, sempre em suas duas manifestações: O adulto e a criança, a criança e o
adulto.
OS AGENTES CÓSMICOS
Há agentes cósmicos a nossa volta, dos quais também fazemos parte, e eles constituem o
mundo vivo e o não – vivo. Há a energia, a luz, o calor do Sol. Há a litosfera: o solo mesmo sobre o qual nos
sustentamos e onde construímos nossas casas; a terra ( o solo) com que sujamos nossas
mãos, onde as sementes das plantas podem fixar raízes e à qual, quando morremos,
retornamos; a terra é um grande vaso receptor – um recipiente para os mares e os
oceanos. Há a água, a hidrosfera: O grande elemento constituindo a superfície de nosso
planeta e também de nossos corpos; a fonte da vida. Há a atmosfera, o ar: a respiração da
vida. Depois, também há esfera da vida: as plantas os animais e os seres humanos, os agentes
cósmicos de forma orgânica, os que compõem a biosfera. Depois, com a espécie humana, e
apenas ela, temos a psicosfera, porque “alguma coisa nova vem ao mundo com a chegada
do homem, uma energia de vida psíquica, diferente de todas as que já se haviam
expressado”, uma nova energia cósmica. MONTESSORI nos diz que todos os agentes cósmicos são guiados por uma
inteligência universal, que utiliza o fluido vital ( horme), essa impulsão, esse pulso ou
caminho em direção à evolução, o funcionamento individual, e a completa realização de si.
Se é asssim, a idéia de MONTESSORI de finalidade e de fenômeno sintrópico ( no
qual vemos um fenômeno (processo) conduzido do que é simples, do homogêneo, ao
complexo e ao diferenciado e depois ao que é sempre mais e melhor organizado, implica (
envolve) também o mundo não vivente). E tudo isso me lembra, de certa forma, uma
posição individual no entanto diferente; isso me lembra a visão possante do mundo de
Theilhard de Chardin.
TAREFA CÓSMICA e TRABALHO CÓSMICO Cada a agente, grande ou pequeno, tem seu próprio mandato ou sua própria missão a
cumpri. Isso constitui sua função particular no plano cósmico, sua tarefa específica, tarefa
que deve ser conduzida de forma ininterrupta e incessante. Embora a possibilidade de levar
a bom termo esta tarefa dependa também do trabalho de outros agentes. Em outras
palavras, há uma organização cósmica do trabalho, que implica necessariamente numa
especialização e numa visão do trabalho, numa colaboração entre todos os trabalhadores e
agentes, e conseqüentemente de inumeráveis relações e interdependências.
Com a fábula cósmica de MARIA MONTESSORI “Deus que não tem mãos” vemos a chegada
dos grandes agentes cósmicos inorgânicos, não vivos, assim como as leis de suas
existências. Vemos, no trabalho e nas atividades que seguem a fábula, como esses agentes
interagem e funcionam juntos em todas as suas relações e combinações possíveis, do Sol
com sua energia e o planeta terra inteiro, no ciclo e no papel representado pela água com
ajuda do Sol, do ar e da Terra. A atividade infindável e o labor incessante desses agentes e
explicam tantos fenômenos que nos são familiares: o dia e a noite, o verão e o inverno, a
chuva e o vento, a neve e o gelo. Mas o trabalho deles e se labor também explicam os
acontecimentos mutáveis do nosso globo, onde tudo na realidade, é uma mudança sem
fim: lá onde o vento e a água cavam e esculpem a terra que cai e que se reconstrói apenas
para tomar a cair em ciclos sem fim, e lá onde as fronteiras entre a terra e água chegam a
mudar. E em todo esse trabalho incessante, esses agentes se comportam, e só podem se
comportar segundo suas naturezas, segundo suas leis cósmicas, as leis que lhes deram.
Exprimamos isso nos termos da fábula de MONTESSORI: é como se esses agentes
respondessem ao apelo de Deus, Deus que não tem mãos, e cada um deles, o Sol, o Ar, a
Terra e a Água, murmuram:Eu escuto meu Deus, será feito. Eu obedeço.
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